Buda sempre falou a respeito disso, da importância da incerteza. Que, realmente, não sabemos o que o próximo momento vai nos trazer. Parece que esse tema está mobilizando muitas pessoas (todos?) nessa pandemia. Estejamos a sós ou na companhia de outros, não importa o que estejamos fazendo, a inquietude pode vir para a superfície a qualquer instante, neste momento de incerteza a inquietude nos toma conta. As instruções para isso seria, em sua simples forma:
Ficar totalmente presente.
Sentir o coração
E envolver-se com o momento seguinte sem nenhuma programação.
Independentemente de onde praticamos o estar presente, isso nos põe em contato com a incerteza e mudança que são inerentes ao estar vivo.
Com a invasão da pandemia em nossa sociedade, levando com ela milhares de vidas, nos lembra essa impermanência associada a uma incerteza da vida. Mostra-nos a natureza inevitável de nossa própria morte e o sofrimento associado, levando-nos a fazer algumas buscas no ínfimo de nossas almas.
A impermanência é um dos principais ensinamentos budistas, que é efetivamente a condição real das coisas. Quando se diz que Buda é acordado, ele é acordado quanto a que? Quanto a verdadeira natureza das coisas.
Embora superficialmente concordemos com isso, e saibamos desse fato, na prática operamos como se as coisas fossem permanentes. Por esse motivo, ainda nos surpreendemos quando alguém jovem morre, ou quando algum eletrodoméstico em nossa casa para de funcionar ou quando perdemos o emprego. Se há surpresa nessas ocorrências, ainda não integramos o conhecimento da impermanência.
Ainda assim, a verdadeira natureza das coisas é que elas não duram, se transformam e não tem sustentação ou continuidade. Esse é o motivo pelo qual elas são, cada uma delas, inerentemente insatisfatórias.
Independente de a reconhecermos ou não, a natureza de Buda segue presente em todos nós. Em cada um de nós temos um pequeno Buda contente no coração – essa é uma analogia e também um treinamento pra mente. A prática seria estarmos presentes, para isso meditamos, praticamos yoga, buscamos nos conhecer a fundo num constante auto-estudo. Quanto mais eu ficar presente na meditação formal, mais familiar o processo se torna e mais fácil é fazer isso em meio a situações cotidianas. Isso nos dará a chance de treinar para ficarmos despertos a tudo de que anteriormente fugíamos atentos.
Muitos de nós tentamos nos fornecer justificativas e desculpas, podemos espernear ou ficar deprimidos, aceitar ou não aceitar, mas ocasionalmente essa sensação de desespero básico surge. Esse desespero é uma combinação de nossa natureza de Buda com as causas e condições que a estão impedindo de se manifestar ou ser reconhecida. Com nossa falta de confiança nesse potencial inerente.
A instrução básica que o próprio yoga sugere assim como o Budismo e qualquer filosofia do Ser, é sustentar a sadhana para que você fique amigo de si mesmo – para ser honesto consigo mesmo. Isso começa com a disposição de estar atento sempre que experimentar a inquietude. À medida que esses sentimentos surgem, ao invés de fugir, você se apoia neles. Ao invés de tentar se livrar de pensamentos e sentimentos, você fica curioso sobre eles. Conforme se acostuma a experimentar a sensação de estar livre da interpretação, você passa a entender que entrar em contato com a essencial ambiguidade de ser humano proporciona uma oportunidade preciosa – a oportunidade de ficar com a vida bem como ela é, da forma como ela se apresenta, com suas incertezas e impermanências, sem nenhuma necessidade de controle e assim experimentar a oportunidade da liberdade da vida.
Esse será o tema que vamos aprofundar neste primeiro Retiro Online- YOGA ALIVE, eu com Ricardo de Teixeira ( Yogi, Terapeuta holístico e psicólogo transpessoal) e convidados especiais fará desse encontro uma oportunidade de nos levarmos a esse caminho do despertar para este momento e para o que ele quer nos dizer e ensinar- o que chamamos de “refúgio na natureza de Buda”.
Segue a programação:
28/08/2020
Sexta feira – Introdução , Apresentação e vivencia surpresa.
30/08/2020
Sábado –
Manhã : Yoga Terapia (Yoga asanas , Meditação, reiki e Reflexão do momento)
Tarde : Ciclo Roda de conversa – Um olhar terapêutico e transpessoal do momento
Tarde : Estudo da impermanência : Espaço de Perguntas e respostas, Fechamento com meditação.
**Não é obrigatório assistir a todas as vivências.
Decidimos começar este ciclo deste novo trabalho com um valor simbólico de R$ 280,00 reais (do valor de uma sessão terapêutica ), 10% do valor arrecadado será doado para a instituição das Mães da favela .
Caso queira efetuar inscrição envie reply para este email (studiocasadeyoga@gmail.com) e responderemos com a forma de pagamento e link de acesso .
