Amor sem limites

Dizem que coração de mãe não tem tamanho, essa acredita-se ser a relação mais incondicional comparada com os outros relacionamentos. E mesmo assim  quase todo mundo sente que não foi amado o suficiente. Acredito que isso acontece porque não reconhecemos que as pessoas ( incluindo principalmente nossos pais) mostram o seu amor apenas na forma como eles podem e são capazes.

Eu sinto que fui fruto de um amor muito genuíno, pois gosto das coisas com sentimento, gosto do mistério, do amor liberto, do amar sem limites, gosto de sentir saudade, gosto da entrega com o coração alegre.
Ver com o coração é aproximar-se da camada mais íntima do ser, ir além do que é percebido pela visão física. É no coração que nasce o amor.
Quando o coração está transbordando de amor, nos tornamos amáveis, generosos e fortes para perdoar a todos, de tudo e sempre!
Esses dias perguntava a um amigo, o coração tem limites?? Ele disse: é uma boa pergunta…sinto que a compaixão e o amor não tem limites porque os limites são também compaixão e amor.
Fácil a gente falar de amar sem limites quando nos reconhecemos num amor puro de mãe e filho mas como estender esse amar nas nossas questões mais mundanas ou a aquele que mal conhecemos, ou ainda no perdoar algo (alguém) que nos causa sofrimento.
Nos manifestamos de diferentes maneiras, às vezes é difícil expressar esse amor, cultivá-lo e detectá-lo. Em uma pessoa sábia, o eu amoroso se manifesta incondicionalmente. Porque uma pessoa sábia reconheceu sua própria natureza como felicidade ou plenitude. Se ele ou ela se relacionam com outra pessoa, isso é feito em plenitude. Nada pode ser adicionado ou tirado da sua plenitude. Uma pessoa sábia não depende de outra pessoa para se sentir amado,  e portanto, ele/ela é livre o bastante para ser carinhoso, atencioso e compassivo com todos. É uma resposta natural, porque a natureza da plenitude é o amor em relação ao outro. Isto é uma parte da razão do por que tantas pessoas que visitam gurus e mestres espirituais imediatamente se sentem livres de conflitos, calmos e totalmente aceitos em sua presença, sem eles dizerem ou fazerem muito. Em sua presença, esses buscadores têm momentos de reconhecimento de serem amados, porque eles sentem sua natureza amorosa.
Sempre fui fascinada pela dinâmica dos relacionamentos e pela filosofia do amar. Em certo ponto da minha vida, acho que só conheci os relacionamentos materiais.
Minha própria experiência de ficar frustrada e insatisfeita nos relacionamentos materiais me atrai para o amor devocional,  bhakti-yoga, o despertar do nosso amor a Deus.  E ele me mostra muito claramente as falhas de uma vida dedicada a buscar prazer através dos nossos sentidos. Esse amor devocional estava adormecido em mim, assim como a sexualidade desperta apenas na puberdade. O amor pelo Divino desperta em nós quando Ele for convencido de que o desejamos mais do que qualquer outra coisa.
Sigo sendo despertada por esse amor, sinto, confio, entrego e agradeço  por amar a Deus, pois só assim passamos a amar todos, pois todos são partes dele. Como tudo, esse tipo de amor requer prática, mas aos poucos vai se tornando espontâneo.

No silêncio do meu ser, ouço uma voz dizendo…

Lembre-se de invocar e desfrutar a minha presença!