A coragem de ser vulnerável

No momento que nasci o astro Sol entrou em Virgem, e pra quem conhece uma virginiana, nada me perturba mais do que bagunça e desordem, temos uma mania de colocar tudo em ordem, uma mania de perfeição.

Já quando criança, sempre busquei ser aquela Barbie perfeita.  Eu queria um olhar bonito e agradável enquanto meus primos corriam e brincavam;  eu achava isso uma bobagem. Eu queria casar com um homem e conseguir um emprego. Quando adulta, minhas aspirações mudaram, mas sempre carregando comigo essa necessidade da ordem, de tudo perfeito. Hoje joguei fora essas expectativas estreitas, acredito estar muito mais confiante sobre quem eu sou. O Yoga como aspiração ao divino, me ensinou colocar o divino em tudo aquilo que faço para chegar na forma mais perfeita, ou seja, “faça tudo em oferenda a ele.”

Na realidade, venho aprendendo que a perfeição de que tanto busquei não é nada mais que uma aspiração intangível. Não existem vidas perfeitas e sem altos e baixos. A existência é um carrossel de emoções intensas onde o preço de entrada só tem um objetivo: aprender em cada dia da nossa vida.

É preciso coragem para ser imperfeito e aceitar e abraçar as nossas fraquezas e amá-las. E deixar de lado a imagem da pessoa que devia ser, para aceitar a pessoa que realmente sou.

Neste último retiro falamos muito sobre a vulnerabilidade.
Para muita gente ser vulnerável é ser pequeno, sensível, frágil. Isto porque ao se sentir vulnerável você se sente exposto e parece que perde todas as defesas que te mantém firme, estando aberto ao julgamento do outro. Você se vê numa situação de risco, de necessidade e carência.

Mas estar vulnerável, ao contrário, é se abrir, é mostrar quem você verdadeiramente é, com suas fragilidades e medos e todas as imperfeições que tiver. Para isto é necessário muita coragem e força, pois correr riscos e se expor não é muito confortável, principalmente em uma relação afetiva.

Costumamos nos proteger quando o amor que sentimos começa a se tornar profundo, uma vez mergulhando na profundidade do coração muitos sentimentos difíceis começam a aparecer em nossa mente e na nossa alma, nos sentimos desprotegidos, ameaçados. Diante dessas sensações, podemos ou nos entregar a vulnerabilidade e assim aprendemos com o medo, com a insegurança, e outros sentimentos que surgem ou nos protegemos e passamos a nos depender do outro, do amor, do relacionamento, da dor…

Estou aqui, agora, me sentindo vulnerável e inspirada para expor minhas fraquezas e te dizer que só podemos transmutar esses sentimentos que todo mundo tem se nos tornarmos vulneráveis. Vai doer, não é fácil, mas só assim acredito alcançarmos uma escala acima do amor e sentirmos genuinamente integrados com aquele (es) que amamos.

Enfim, aquela menina virginiana deixou de acreditar ser tão perfeita e vem aprendendo a ser cada dia mais mulher, mais madura, mais vulnerável.

Namaste.

Um pouco do que foi o último Yoga Alive Atibaia no espaço Voador Brasil. Confira!!!


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