Disciplina e Motivação no Yoga

 

Durante o outono e inverno, encontramos um grande obstáculo para a regularidade na prática de yoga: o frio.

Tenho observado a pouca freqüência de alunos nessa época do ano.

Os desafios quando assumimos caminhar na trajetória do Yoga são muitos e surgem em diferentes formas e de diversas fontes. Ás vezes, são questões sobre as quais temos pouco controle, como uma doença. Outras, condições externas que põem a prova nossa determinação, como a chegada do frio. E ás vezes, são artimanhas da mente teimosa que persiste em padrões de auto-sabotagem. Seja como for, o importante é entender que tudo isso faz parte do caminho a que nos propusemos quando nos dedicamos ao Yoga. É nos momentos que surgem os obstáculos que temos as maiores oportunidades de transformação e exatamente quando não devemos parar. Se aprendermos a lidar com eles, levaremos essa lição para a vida. É comum vermos diminuir a motivação para praticar no clima frio. Às vezes não acordamos no horário que gostaríamos, desculpas vão surgindo e a prática de Yoga vai perdendo regularidade. Esse é um sinal de alerta, pois pouco a pouco vamos minando a prática e quando nos dermos conta paramos de praticar por completo… Meses ou anos de empenho são desperdiçados e abandonamos a prática. Muito tempo pode se passar até percebermos o bem que a prática de Yoga regular nos trazia. E quanto mais tempo passa, mais díficil retomar. Comprometimento, disciplina, dedicação, persistência e responsabilidade. Estes são os principais fatores para se obter sucesso em qualquer área da nossa vida e não é diferente na nossa prática de yoga. Afinal a prática é apenas um espelho da nossa vida, mas temos que admitir que nem sempre ela será perfeita ou prazerosa. Ser um profissional exemplar, esforçar-se para ter uma boa forma física, manter uma boa saúde, viver em comunidade, participar ativamente da família, cumprir compromissos sociais, viver um grande amor, buscar o autoconhecimento… Ufa! Qual a fórmula para conseguir realizar esse mix de atividades e ficar satisfeito?  Não acredito em padrões moldados, mas uma simples palavra resume tantas exigências ao mesmo tempo de uma forma saudável: disciplina. Para termos disciplina a motivação é essencial, porém isso não vem do dia para a noite. É necessário prática constante e sem interrupções até chegar a meta, como diz Patanjali no Yoga Sutras. Isto constiui a Sadhana. Para isso temos que ter bem claro o que nos motiva a praticar Yoga.  Apenas para um bem-estar superficial do corpo? Se sim, tudo bem. Mas estaremos jogando fora o que de mais valioso a Yoga tem a oferecer. Como diz o Professor Hermógenes, estaríamos comendo a casca da banana e jogando a fruta fora.
Então, definimos bem qual a nossa motivação. O motivo último da prática de Yoga é a Liberdade. Liberdade dos padrões a que fomos condicionados, de nosso próprio ego. Nosso motivo pode ser outro, apenas tenhamos ele claro na mente. Muitas vezes os motivos podem ir se alterando no decorrer dos anos. Mas tenhamos um motivo elevado. Isso será o suporte para nos tirar do condicionamento da mente e da preguiça.
A motivação é o alicerce. Sem ela, qualquer esforço corre o risco de ser perdido. Teremos que enfrentar o eterno recomeço, gastando energia desnecessária para sair da inércia. Quando mantemos uma prática constante de Yoga, sem pausas no inverno, a repetição condiciona a nossa mente a um bom hábito que torna a rotina mais suave e duradoura.
LEMBREM-SE: A Sadhana (prática regular de Yoga) deve ocorrer em qualquer clima e circunstância. Há yogis nos Himalaias que despertam muito antes do sol nascer em temperaturas que jamais ocorreriam no Brasil. Muitas vezes dormem até menos do que nós. Porém, não nascemos perfeitos. Errar, se desmotivar, perder o rumo são comuns a todos. Assim, persistimos. Reiniciamos. Continuamos. E, eventualmente, quando a Vida Universal assim desejar, despertamos.

Namaste


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