Krucis Khan na Casa de Yoga

Krucis Khan Citara

Vivência Sonora na Casa de Yoga

No meu curso de formação de Yoga tive a oportunidade de fazer uma prática bem diferente de Yoga chamada Nada Yoga. Nada em sânscrito significa som, ou seja a prática do Yoga guiada pelo som, mais precisamente pelos sons pacificadores do Sitar, instrumento de cordas indiano (https://pt.wikipedia.org/wiki/Sitar).

O músico Krucis (http://kruciskhan.wix.com/kruciskhan), famoso sitarista embalou todos os alunos numa experiência em que o foco era o silêncio. Segundo ele, “O intuito é achar o silêncio no som e o som no silêncio.”  Essa experiência sonora me marcou profundamente não só por ter sido um momento bem especial junto aos meus colegas de formação, mas por ter tido a sensação de estar em profundo transe, onde a vibração dos sons reverberavam no centro do meu peito trazendo paz e contentamento. 

Qualquer prática ou técnica de meditação que traz cessação completa da consciência é chamado laya yoga. Há muitas sadhanas recomendadas no laya yoga e Nada Yoga é uma delas. A palavra nada é derivado do nad raiz sânscrita, que significa “fluir”. Daí o significado etimológico nada deve ser um processo ou um fluxo de consciência. Normalmente a palavra nada significa som.

Estudantes de música clássica estão cientes do fato de que cada nota é composta de diferentes números de vibrações por segundo. Eles variam em tamanho, velocidade e arremesso. Na música indiana essas vibrações são chamados andolana. Em um segundo, um som pode fazer muitos milhares de vibrações. Acima de um certo nível de alta frequência, o som torna-se inaudível e só pode ser percebida subjectivamente. Os ouvidos não podem receber esse tipo de sons que estão vibrando a uma freqüência muito elevada. Portanto, não temos conhecimento de todos os sons que estão presentes. Parece ter uma freqüência muito alta que é transformada em silêncio. Além de um certo limite, os ouvidos não têm a capacidade. Ninguém pode ouvir ou entender um som, mesmo se ele estiver presente.

O nada eterno ou original tem a maior frequência e vibração, isto significa que o ponto mais elevado de movimento e vibração é quietude. E que Nada parece ser o princípio criativo de toda a matéria e toda a substância material.

Nada Iogues afirmam que tudo no universo se originou e evoluiu a partir do Nada eterno e infinito. Neste contexto, um estudo dos Upanishads é recomendado, com especial referência aos Nada Bindu Upanishad e Hamsopanishad.

A música também é uma forma materializada de nada e os movimentos do prana no corpo também são nada. O objetivo do sadhana Nada Yoga é descobrir o som interno final primal, o mais fino. A fim de descobrir este transcendental som não empírico, o processo começa a partir do som bruto externo. De lá, a última forma de som só é concebível através de ir para os reinos mais profundos de nossa consciência.

“Nada, a sonoridade interior”

~Pedro Kupfer

“Ao fechar-se os ouvidos com ajuda dos polegares ouve-se o som do espaço que está no interior do coração, cuja aparência assume sete formas: (é como) o som de um rio, de um sino, de uma caixa de cobre, de uma roda de carruagem, o coaxar de uma rã, (como o som) da chuva ou da palavra em um lugar fechado. Após haver ultrapassado este som, que possui diferentes características, vai dissolver-se no Brahman não manifestado (Purusha), o Som supremo.”

~Hatha Yoga Pradípika

Amanha teremos o prazer de receber aqui no Studio Casa de Yoga, este grande instrumentista de música clássica indiana- Krucis Khan.

https://www.youtube.com/watch?v=ynZXT19X7rA

Mais infos: http://thaisfaleirosyoga.com.br/event/vivencia-sonora-na-casa-de-yoga/


Categorias: Filosofia, Música, Yoga

Tags:, ,

Diga o que pensa

Gommo Tecnologia Amplementa Agência Digital