Mulher é Rara….

mulher-raraMulher é Rara….

Tenho ouvido tanto em Outubro Rosa e para mim ele se extende ao ano todo e a vida toda… não só no sentido de conscientização da mulher mas como um olhar mais cuidadoso a ela….(e da própria mulher pra si mesma).

A ela que é Deusa- mãe, iniciadora, origem de toda vida, fonte de prazer, mães, irmãs, esposas, filhas, eventuais amantes; enfim com todas as mulheres de carne e osso que encontramos pela vida: nelas, se oculta o mistério da mulher.

“Seja ela moça, no esplendor juvenil, seja velha, seja bela ou feia, boa ou má…nunca se deve enganá-la, nem caluniá-la, nem fazer-lhe mal, nunca bater-lhe. Esses atos tornam qualquer siddhi ( realização) impossível.”

Segundo o Tantra (https://pt.wikipedia.org/wiki/Tantra) – ela é a Deusa, ou seja, a encarnação de uma energia cósmica última, viva e presente, mesmo que não saiba disso, toda mulher é Shakti. E portanto tem como dever pessoal ousar explorar as profundezas do teu ser para descobrir seus segredos mais íntimos.
Para o homem, o mistério da mulher é sua natureza fantasiosa, irracional, imprevisível, que a torna incompreensível…ora, seu verdadeiro mistério é o da Vida, pois nossa vida pessoal, sejamos homem ou mulher, começou no ventre da mãe. Não apenas o homem, mas também a mulher deve mudar sua atitude perante seu próprio mistério: ela em geral não se dá conta dele e pensa: “Não sou misteriosa, nem divina”.
Seu mistério é a força criadora que nela reside. Captar aquilo que age verdadeiramente no útero da mulher é captar o mistério do universo, esse fantástico dinamismo criador esta presente e ativo em qualquer mulher, qualquer fêmea, não apenas durante a gravidez.
A mulher foi a primeira religião do homem, e sua primeira divindade foi a deusa-mãe. Foi ou é?
O mistério não só se limita a seu sexo: ele impregna todo o seu ser, inclusive seu psiquismo. A mulher é intuitiva, ela conhece os segredos da vida e da saúde, das plantas e das flores.

Mas, então a verdadeira mulher é o que, é quem? Boa pergunta! Embora cada uma encarne o principio feminino, a verdadeira Shakti é cada vez mais rara. A quem devemos culpar? A mulher ou o patriarcado que a sufoca? Hoje, nossas mulheres são caricaturas agradáveis de olhar, da verdadeira mulher. Em regime matriarcal a mulher pode desabrochar, e o homem também, pois ele só pode evoluir em contato com a verdadeira mulher: sufocando-a, ele asfixia a si mesmo. A natureza é matrifocal, ou seja, nela a mulher é o foco. os gatinhos que, ronronando, mamam na mãe pouco se importam com o gatão.

Na realidade é mais uma questão de valores do que de pessoas, e nossa civilização só se salvará dando um lugar importante aos valores da feminilidade. Inclusive e principalmente o homem, o macho, deverá redescobrir as dimensões femininas ocultas em seu ser.

Esses valores femininos são: o amor, o afeto, as relações humanas verdadeiras, o contato com a natureza e a vida. São também femininas a dança, a música, a poesia, a literatura. Feminina também é a doçura do lar…os valores femininos mais verdadeiros transcendem o racional, mergulham no irracional.

E para completar essa reflexão em torno da feminilidade, nada melhor do que compartilhar inspirações….

Abaixo segue uma poesia da querida amiga e aluna Camila Lordello. (http://www.sintosintosinto.blogspot.com.br)

“Liberdade é andar nua na areia da praia, a caminho do mar. Sem que lhe julguem os olhos, as línguas, sem que lhe rotulem os infelizes – louca! – sem que lhe cacem, caçoem, espiem, possam alcançar.
Caminhar a passos leves, sem marcas fundas na areia, amando o laranja que beija o céu no cair da tarde, o sal que lhe agarra e a brisa que sussurra um suave bem vindo. Mesmo que na pele algum frio. Mesmo com o topar nos pequenos búzios. Os olhos abertos feito janelas, fixos, como que em busca de tudo o que lhe atrai e falta.
Deixar, lentamente, agora já perto, que o mar lhe lamba os pés. E que aquilo seja tão bom que não possa ser negado. Ouvir o silêncio da vida. A música da paisagem. Entender-se sozinha – e que isso não doa. Atender ao chamado do instinto, depois: mergulhar lentamente nas águas, deixando-se cobrir pelas ondas, pelos beijos das ondas, todos eles. Até que o gelado lhe invada, lavando e levando tudo o que de triste houver.
Saber de seu corpo, neste instante. Ter propriedade dele. Quão lindo. Quão terno. Instrumento, mesmo pó. Dissipar-se, espalhando toda e qualquer partícula que lhe pertença, ainda que só em pensamento. Boiar. Boiar. Soltar a mão do controle. Deitada sobre o mundo que há abaixo, de frente ao que lhe ronda acima, ser profunda, absurda e tão certa da vida que ali mesmo poderia ela acabar.
E diante de tudo, dos ecos do mundo, dos erros dos homens, dos sonhos abandonados, das crianças que choram, dos amanhãs incertos, das ausências, reticências e dos vãos no peito, ali, plena, encharcada, liberta, matéria – e feliz, simplesmente existir.”

E para inspirar ainda mais…vejam esse video lindo de Nahko Bear ( medicine for the people).

Referencias – Livro: Tantra o culto a feminilidade


Categorias: Saúde

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