A importância de construir sua prática pessoal!

LARGE_BLOG_COMO_CONSRTUIR Fazer uma aula de yoga com um professor é a melhor maneira de ser introduzido à prática de yoga e de aprender suas técnicas.

Mas igualmente importante é desenvolver uma prática pessoal de yoga, que pode ser complementar à prática de aula. Se organizar para ir uma ou duas vezes por semana na aula já é um grande feito em meio a todas as demandas do mundo. Conforme você vai avançando na pratica, percebe que duas vezes se torna muito pouco e quanto mais se pratica mais se quer praticar, dessa maneira se desperta a consciência do significado e a disposição para uma prática diária. Sempre recomendo aos meus alunos, pratique no Studio mas não deixe de praticar em casa! Mesmo depois de muitos anos praticando e ensinando yoga, gosto de fazer aulas com outros professores. O olhar do outro muitas vezes me revela diferentes perspectivas e me conduz a novos insights. Da mesma maneira faço minha pratica pessoal diaria, desfrutando do silêncio e ouvindo minha voz interior. Muitas vezes a grande dificuldade do aluno em praticar sozinho é abrir o tapetinho e não saber de imediato o que fazer. O grande desafio é não se prender as limitações da mente e tentar não racionalizar mas sim deixar com que o corpo conduza a mente. Na visão do hatha yoga não há dualidade corpo-mente e o corpo é um instrumento para a descoberta de si mesmo. É nele que se dá a experiência da vida e é através dele que se vivencia o mundo. Investigando nosso corpo, observando conscientemente nossos padrões respiratórios e posturais e eventuais dificuldades ou facilidades quando executamos uma postura, começamos a identificar mais claramente nossos automatismos e como nos colocamos no mundo. Em termos práticos, o “como fazer” a pratica pessoal, também depende e não dá para criar uma receita, pois as necessidades são muito diferentes. Você pode reproduzir sequências feitas em aula, você pode executar um único asana, você pode ouvir seu corpo e entender qual a necessidade naquele momento, se uma prática mais dinâmica ou mais restaurativa é solicitada. Sei que parece frustrante, mas fazer do seu corpo um laboratório e ativar essa inteligência não é trivial e requer uma disposição interna e muita abertura. O yoga é um caminho de autoconhecimento. Um professor pode nos ajudar em nossos primeiros passos, mas só ingressaremos de verdade nesse caminho de autodescoberta quando despertarmos nossa voz e olhar internos. E para isso, cultivar uma prática individual é essencial. No livro Luz na Vida do B.K.S. Iyengar há o seguinte trecho:

Às vezes digo a meus alunos que a sua prática na aula de yoga não é, a rigor prática de yoga. A razão disso é que, numa aula, embora indubitavelmente você esteja “fazendo yoga” e, espera-se, aprendendo, está subordinado ao professor. A inteligência que dirige vem dele, e você tenta acompanhar o melhor que pode. Em casa, por outro lado, sua inteligência é seu mestre, e o progresso que você faz é seu e será mantido. Além disso, a vontade que você emprega é sua. Não provém do poder, do carisma, da força ou do ímpeto do professor. Vem de você, e seu efeito é profundo. Não é uma yoga feita pelo corpo para o corpo, mas yoga feita pelo corpo para a mente, para a inteligência.”

Outra coisa que irão notar que acontece muito neste caminho da prática pessoal é a dificuldade da continuidade e a autocrítica. Cuidado! Pois isso pode te desestimular de vez da prática. Seja carinhoso consigo. Se não conseguiu praticar ou o corpo não respondeu como imaginava, aceite sua condição e tente no dia seguinte. É uma ótima oportunidade para perceber que temos de seguir sempre a partir de onde estamos.

Uma boa prática!

Namâste!


Categorias: Filosofia, Yoga

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